Os titulares da competência
Já lá vão uma série de propostas para o concurso de titular, cada vez com mais pontos para mais critérios, numa negociação que partiu de um ponto perfeitamente inadmissível e que dificilmente será corrigido.
No início fiquei espantado com a valorização dada a critérios de desempenho de cargos e assiduidade, em detrimento de actividades que revelam verdadeira competência técnico-científica. O que demosntrou logo a forma de ver a realidade educativa e o modelo de gestão subjacente a este ME.
Pessoas com cargos de gestão por 4 anos pontuam mais que pessoas com um doutoramento. Assessores de executivos (coisa fina) têm pontos de sobra, mas quem, por exemplo, escreveu um artigo científico, ou um livro, ou participou em projectos de investigação ou inovação... leva ZERO.
Pessoas que não faltam: 9 pontos; pessoas que dão aulas ZERO pontos.
Basta não dar aulas e não faltar para ser o maior. E assim por diante.
Que sinal dá este ME aos docentes que encetam agora a sua carreira? - Não vale a pena estudar, aperfeiçoar, investigar, reflectir, organizar eventos...etc.. mas antes ter uma cargo qualquer. Nada melhor para formar uma administração escolar acéfala em meia dúzia de anos.
Esperava um pouco mais de equilíbrio entre critérios de administração e gestão e critérios científicos e de competência técnica para classificar as pessoas. Afinal serão os titulares que vão avaliar, gerir e classificar os docentes; deveriam ser menos tecnocratas e mais académicos.
Agora vão fazendo uns remendos no regulamento do concurso, mas o que fica é a intenção inicial, expressa em critérios de gestão verdadeiramente tecnocrata e liberal das escolas. Isto para já não falar no frete medonho que a pontuação representa aos Orgãos de Gestão, por agradecimento ao seguidismo demonstrado nestes dois anos. Este prémio aos gestores representa que muitas pessoas completamente desqualificadas, acabaram de ser promovidas ao supra-sumo da Educação, porque fazem e não questionam.
Mas afinal porque serei eu ingénuo ao ponto de pensar que a competência em Educação se mede pela preparação científica e pela prática pedagógica e não pelo desempenho de cargos? Sou mesmo parvo.
# posted by Sizandro @ 13:57 2 comments
No início fiquei espantado com a valorização dada a critérios de desempenho de cargos e assiduidade, em detrimento de actividades que revelam verdadeira competência técnico-científica. O que demosntrou logo a forma de ver a realidade educativa e o modelo de gestão subjacente a este ME.
Pessoas com cargos de gestão por 4 anos pontuam mais que pessoas com um doutoramento. Assessores de executivos (coisa fina) têm pontos de sobra, mas quem, por exemplo, escreveu um artigo científico, ou um livro, ou participou em projectos de investigação ou inovação... leva ZERO.
Pessoas que não faltam: 9 pontos; pessoas que dão aulas ZERO pontos.
Basta não dar aulas e não faltar para ser o maior. E assim por diante.
Que sinal dá este ME aos docentes que encetam agora a sua carreira? - Não vale a pena estudar, aperfeiçoar, investigar, reflectir, organizar eventos...etc.. mas antes ter uma cargo qualquer. Nada melhor para formar uma administração escolar acéfala em meia dúzia de anos.
Esperava um pouco mais de equilíbrio entre critérios de administração e gestão e critérios científicos e de competência técnica para classificar as pessoas. Afinal serão os titulares que vão avaliar, gerir e classificar os docentes; deveriam ser menos tecnocratas e mais académicos.
Agora vão fazendo uns remendos no regulamento do concurso, mas o que fica é a intenção inicial, expressa em critérios de gestão verdadeiramente tecnocrata e liberal das escolas. Isto para já não falar no frete medonho que a pontuação representa aos Orgãos de Gestão, por agradecimento ao seguidismo demonstrado nestes dois anos. Este prémio aos gestores representa que muitas pessoas completamente desqualificadas, acabaram de ser promovidas ao supra-sumo da Educação, porque fazem e não questionam.
Mas afinal porque serei eu ingénuo ao ponto de pensar que a competência em Educação se mede pela preparação científica e pela prática pedagógica e não pelo desempenho de cargos? Sou mesmo parvo.
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